GravidezComo manter o bem-estar psicológico durante a gravidez

Como manter o bem-estar psicológico durante a gravidez

O período da gravidez e da maternidade é desafiante e exigente. Esta fase implica uma reestruturação individual e familiar, podendo, a saúde mental ficar comprometida.

A gravidez é um momento em que o papel de mãe começa progressivamente a ser formado. As expectativas criadas sobre a maternidade tendem a ser influenciadas pela “romantização” social, distorcendo a visão realista que a mulher irá vivenciar.

Na gestação, há um conjunto de alterações físicas e psicológicas, vividas de forma única. Esta fase é um tempo para aprender sobre si mesma e sobre o seu futuro papel enquanto mãe, exigindo uma adaptação psicológica. É natural haver dúvidas, alegrias, angústias e medos.

Em relação às alterações psicológicas, existem grávidas que revelam uma sensação de serenidade e total realização, manifestando uma grande satisfação por todas as alterações do corpo. Mas, por outro lado, há mulheres com dificuldades em aceitar as transformações físicas que ocorrem ao longo dos nove meses. Estas apresentam variações de humor, tendo crises de choro, aparentemente inexplicáveis, levando a um estado confuso e angustiante. Frequentemente, este sentimento de angústia pode dever-se ao desconhecimento sobre todas estas alterações, por isso, é fundamental expor as suas dúvidas! Este é um período de risco para o desenvolvimento de sintomatologia psicopatológica.

Depressão na Gravidez

A depressão na gravidez pode ser difícil de diagnosticar, podendo confundir-se com sintomas normais da gravidez: cansaço, insónias, alterações de apetite.

A tristeza profunda, o desespero, crises de choro e irritabilidade são sinais de alerta, podendo surgir em situações mais graves a automutilação e ideação suicida.

Ansiedade na Gravidez

É normal a grávida sentir-se ansiosa durante a gestação. Contudo, essa ansiedade deixa de ser normal quando é excessiva e traz um mal-estar significativo em diversas áreas da vida. As principais preocupações das grávidas são a saúde do seu bebé, o medo de perder o bebé, stress na preparação da chegada do bebé, medo do parto, medo de não ser uma boa mãe, entre outras.

A preocupação excessiva, nervosismo, agitação, irritabilidade, tensão muscular são sinais de alerta.

Pós-parto

Geralmente, o pós-parto está associado a uma diminuição do bem-estar psicológico. Este é um período de risco para o desenvolvimento de sintomatologia psicopatológica visto que a mulher tem de se adaptar a um conjunto de alterações ao nível biológico, psicológico, conjugal e familiar.

Baby-Blues

Num número significativo de mulheres, o pós-parto desencadeia o chamado baby-blues caracterizado por um estado de irritabilidade, choro, fadiga, dificuldade de concentração e baixa autoestima.

O blues pós-parto tem um carácter transitório e benigno, pelo que estes sintomas são normais até ao primeiro mês após o nascimento do bebé. Se persistirem entre o segundo mês e o primeiro ano de vida do bebé, a mulher pode ser diagnosticada com uma depressão pós-parto.

Depressão Pós-parto

A depressão pós-parto é uma perturbação psicológica desenvolvida após o parto, caracterizada por algumas queixas relacionadas com o seu desempenho enquanto mãe, tais como a fadiga, falta de apetite e dores de cabeça, ansiedade, culpabilidade, baixa autoestima e diminuição do desejo sexual. A influência das normas sociais e culturais faz com que a mulher se sinta culpada pelo que está a sentir, o que contribui para a dificuldade no pedido de apoio, podendo agravar o seu estado depressivo.

O que fazer?

É importante procurar ajuda médica e apoio psicológico, caso contrário, a evolução dos sintomas psicopatológicos poderá ter consequências graves na interação mãe-bebé e no desenvolvimento do bebé.

Ter a oportunidade de ter uma consulta pré-natal com o futuro pediatra do bebé no final da gravidez pode ser importante para este esclarecer dúvidas aos futuros pais.

Apesar de todas as mudanças psicológicas que podem surgir na gravidez e no pós-parto, há cada vez mais uma maior sensibilização para esta temática e a mulher não precisa de viver esta fase sozinha.

Artigo escrito por Catarina Pessanha Moreira, Psicóloga Clínica

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