Quem não tem “macaquinhos no sótão”? Todos temos!
Carregamos esses “macaquinhos no sótão, que representam nossos medos, as pressões da sociedade e nossa falta de confiança.
Muitas vezes, esses “macaquinhos” são plantados pelas pessoas mais próximas, aquelas em quem confiamos, pois se não fossem significativas para nós, essas ideias e preconceitos não permaneceriam, não nos afetariam.
Na gravidez, um período em que a mulher está emocionalmente vulnerável, algo parece atrair e convidar os outros a darem conselhos ou compartilharem as suas experiências.
Por vezes, esses conselhos e partilhas reforçam preocupações em vez de acalmarem, e raramente destacam os aspetos positivos da maternidade. Assim, a grávida ou recém mamã torna-se um “íman” para esses “macaquinhos”.
Pior ainda, é quando esses pensamentos negativos são despoletados por profissionais de saúde. Isso acontece, por exemplo, quando um profissional de saúde faz uma observação do género: “o bebé não é muito grande”, e faz soar o alarme! Mas qual é o problema se o bebé está a crescer de forma saudável e harmoniosa? Não há problema algum, pois cada bebé tem seu próprio ritmo de crescimento, e nem todos seguem o mesmo padrão. Além disso, quando nos dizem coisas como “sua barriga deveria estar maior”, surgem novas inseguranças.
Esses “macaquinhos” podem afetar profundamente as mães e pais, seja pela pressão de amamentar ou a constante preocupação com o bem-estar do bebé, entre tantas outras inseguranças próprias de quem está a aprender a ser mãe ou pai!
Esses pensamentos negativos, se não forem bem controlados, acabam por descer do “sótão” e influenciar mesmo a nossa condição física, refletindo-se em stress, ansiedade e até problemas e desequilíbrios físicos.
A futura ou recém mamã deve procurar estar rodeada de pessoas que a possam esclarecer e apoiar, e falar abertamente sobre os seus medos sem o receio de ser ridicularizada pelas suas dúvidas e receios.
Durante a gravidez e especialmente na preparação para o parto, é fundamental organizar os pensamentos e expulsar esses “macaquinhos”.
A preparação para o parto vai além do físico, envolvendo também o emocional. É importante fortalecer a mente e desenvolver ferramentas para lidar com essas inseguranças, procurando o apoio de pessoas de confiança ou profissionais de saúde que possam oferecer orientação nesse caminho maravilhoso da maternidade, sem os “macaquinhos no sótão”.
Artigo escrito por, Cláudia Boticas, Enfermeira Especialista em Saúde Materna e Obstetrícia e Conselheira de Leite Materno
Para mais informações, consulte a página @claudiaboticas_personalmidwife