Quando nasce um bebé nasce uma mãe.
Frequentemente focamo-nos no papel de mãe e deixamos para trás a Mulher, a pessoa, esquecida no meio da azáfama que o novo papel traz.
Ser mãe não significa privar-se de tudo o que fazia antes. O nascimento de um filho envolve grandes mudanças, principalmente nos primeiros meses de vida da criança, mas depois é preciso encontrar um equilíbrio.
Esta transição de mulher para mulher-mãe exige grandes mudanças e adaptações ao nível biológico, psicológico, social e relacional, principalmente quando se trata do primeiro filho. É impactante quer na vida pessoal como familiar, modificando irreversivelmente a identidade, os papéis e as funções da mãe, bem como do pai e de toda a família. É uma fase de (re)descoberta da mulher que é o que precisa de ser reconstruído.
É necessário que as mães acolham a ideia de que cuidar de si próprias é também importante. É uma demonstração de amor pelos filhos, assegurando que eles recebam a melhor versão delas.
O que podemos fazer para cuidar da nossa
autoestima?
• Pedir ajuda sempre que necessário, partilhar as nossas necessidades ajuda
aliviar a carga mental.
• Identificar os processos de transformação interna e externa, respeitando o
ritmo.
• Explorar a rede familiar e de amigos para ajudar neste processo. Definir para cada pessoa o tipo de ajuda podem prestar (prático ou emocional) e as necessidades que poderiam responder.
• Cuidar do corpo e da mente: autocuidado é fundamental. Encontrar tempo para si mesma, fazer aquilo que gosta.
• Focar-se no presente, não esquecer das suas prioridades, e da sua identidade.
Neste sentido, é importante que se sinta capaz de identificar e valorizar a nova Mulher, os seus objetivos, as suas prioridades, os seus pontos fortes e os pontos a trabalhar. Criar uma maior motivação para este autocuidado e reforçar a autoestima.
A promoção da saúde mental nestas fases é imprescindível, no sentido de determinar o melhor ajustamento ao período que a mulher atravessa, bem como auxiliar no desenvolvimento de recursos e competências que possam facilitar o estabelecimento de uma relação individual e familiar saudável.
Artigo escrito por Dra. Ana Tavares, Psicóloga Clínica